O Essencial da Filosofia Grega: Sócrates, Platão e Aristóteles (Apologia de Sócrates)

Conjunto: O Essencial da Filosofia Grega: Sócrates, Platão e Aristóteles.
Box especial contendo três livros: Apologia de Sócrates, A Teoria das Ideias e Poética e Tópicos I, II, III e IV.
Tradução: Alexandre Romero.
Hunter Books Editora

Livro: Apologia de Sócrates

"Porque entre fazer mal a uma pessoa e cometer uma injustiça, não há diferença nenhuma", é a frase de Sócrates em sua conversa com Críton, que nos mostra o forte lado da ética socrática, e que o livro busca mostrar em cada página.
Nessa obra, vemos como Sócrates realiza sua defesa perante as acusações de Anito, Meleto e Licão. O primeiro a se apresentar é Meleto, que acusa Sócrates de corromper a juventude e não acreditar nos deuses da Grécia ou em qualquer divindade. Por meio de apenas um interrogatório realizado a seu acusador, no entanto, Sócrates obtém sua defesa de forma consistente.
Declarado culpado, Sócrates aceita sua pena de morte, sendo obrigado a tomar veneno feito com cicuta e, mesmo tendo uma grande chance de escapar, cumpre a pena em nome da ética e do respeito que tem pela cidade e pelas leis.

Por que o acusavam de tais atitudes?

Porque Sócrates despertava a ira nas pessoas com sua forma de ser e de pensar. Quando foi ao Oráculo, esse disse a ele que ele era o mais sábio homem. Sabendo que os Oráculos gregos não mentiam, ele foi à busca do significado dessa afirmação. Buscou isso em homens considerados sábios: questionou-os a respeito de certos temas que eles deveriam compreender, e eles sempre fugiam do debate e das questões, pois na verdade nada sabiam; mesmo assim se diziam sábios. Sócrates, no entanto, sempre disse que nada sabia, e isso o tornava sábio: saber que nada sabia. Nessa parte, entra a frase "só sei que nada sei", muito dita por ele na busca de afirmar estar ciente de seu desconhecimento de questões de sabedoria. Isso era o que tornava realmente sábio
Também o acusavam disso por calúnia, e porque ele transmitia seu conhecimento aos jovens de forma que estes também se tornavam pensadores como ele. Ou seja, disseminava seu conhecimento, e isso incomodava a muitos.

Como ele se defende do acusamento de corromper a juventude?

Ele questiona Meleto, fazendo-o chegar por suas próprias respostas à conclusão de que o magistrado, e os juízes, e todo o povo da cidade poderia dar uma boa educação aos jovens, e que somente Sócrates era quem corrompia a juventude. Esse argumento se demonstrou sem fundamentos, pois Sócrates argumenta que é impossível apenas um homem desvirtuar a todos os jovens, e todos sabem disso. Também argumenta que, se ele corrompe a juventude, os jovens deveriam também estar acusando-o; no entanto, estavam ali presentes em seu julgamento para defendê-lo.
Como ele se defende do acusamento de não acreditar em deuses?
Sócrates questiona se Meleto diz que ele não acredita nos deuses de Atenas ou em qualquer deus, sendo um ateísta por completo. A resposta de Meleto é clara: "Sócrates não acredita em deuses, absolutamente".
No entanto, Sócrates diz que é óbvio que ele acredita que o Sol e a Lua são deuses, pois Anaxágoras já estudava esses astros, e dizia que eles eram rochas, e isso nunca significou anular a divindade dos mesmos. Ele, estudando Anaxágoras e transmitindo o conhecimento dele, não poderia estar em contradição. Pergunta, então, para Meleto, se parece, por Zeus, que ele esteja mentindo. Meleto responde que não, por Zeus.

O que buscava Sócrates?

Sócrates buscava verdades, e essas verdades estão relacionadas à ética, tema muito discutido no livro principalmente na parte da conversa que teve com seu amigo Críton.

O Capítulo de Críton:

O capítulo de Críton é a conversa que Sócrates teve com seu amigo Críton na prisão. Já estava armado um plano de fuga, e tudo estava certo para ajudar Sócrates a fugir da prisão e escapar da morte. Porém, ninguém havia ainda conversado com ele para saber se desejava mesmo fugir. Quando seu amigo foi à prisão anunciar a chance de escapar, obteve uma resposta muito sábia de Sócrates, que argumentou na seguinte lógica: se ele sempre seguiu e disse que gostou e respeitou as leis e a cidade, então, seria justo se ele as negasse nesse momento apenas em seu proveito? Ele estaria desrespeitando o desejo democrático, mostrando que poderia realmente ser culpado de tudo que foi acusado (pois estaria fugindo), não poderia viver bem em lugar algum e, ao mesmo tempo, estaria negando aquilo que dizia ter amado por tanto tempo. Diante de tamanha reflexão ética, Críton percebe que Sócrates estava correto, e não encontra argumentos contrários para ajudá-lo a fugir. Sócrates cumpre a pena.

Glossário:

O livro contém, por fim, um glossário para ajudar a compreensão do texto, com as definições das seguintes palavras: alma, dialética, diálogo, ideia, maiêutica, metempsicose, reminiscência, e verdade.
Vale ressaltar a importância do conhecimento da palavra "maiêutica", para o estudo de Sócrates: maiêutica é a arte de obter respostas de outrem por meio de perguntas. É saber que o outro possui a resposta dentro dele mesmo e, por meio de questões certas e bem guiadas, fazer com que ele expresse a verdade por si só.

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