Entenda a disputa presidencial nos EUA e como ela afeta o Brasil (1)

Entenda a disputa presidencial nos EUA e como ela afeta o Brasil (1)

As eleições presidenciais nos Estados Unidos da América acontecem em novembro desse ano. Decisões do novo presidente podem afetar de forma direta os brasileiros.


Você se preocupa com as eleições presidenciais dos EUA? Deveria! Saiba quais são as mudanças que cada presidente pode realizar na política interna e externa e como isso pode afetar o Brasil. Essa será uma série constituída por duas matérias: a primeira (esta) discorre sobre a disputa presidencial nos Estados Unidos, alguns dos mais importantes candidatos, partidos, certas ideias e certos fatos conhecidos sobre o tema; a segunda matéria fala sobre a forma de influência a ser exercida sobre o Brasil no caso de ser eleito presidente X ou Y. De qualquer modo, saibamos já adiantadamente que não é pouca coisa! O Brasil sempre teve forte parceria política e econômica com os EUA, e por isso as duas nações estão muito ligadas.


Candidatos e partidos


Os principais candidatos à presidência da república nos EUA são membros de dois partidos: Partido Republicano e Partido Democrata.


O jegue, símbolo do Partido Democrata.
O Democrata, partido do ex-presidente Bill Clinton e do atual presidente Barack Obama, tem sua linha de política com tendências voltadas ao keynesianismo, liberalismo social, isto é, à ideologia mais comumente chamada de centro-esquerda. Os políticos desse partido tendem a investir mais no progresso da economia e das condições de vida, e menos no exército; a tendência é evitar confrontos armados, resolver as questões internacionais com base na diplomacia e, em caso de perigo iminente, tenta-se poupar o máximo possível de vidas de cidadãos americanos, o que é criticado pelo Partido Republicano, e visto como medo de participar dos tais confrontos.


• Hillary Clinton

A esposa do ex-presidente Bill Clinton participou do Partido Republicano até 1968, quando teve a oportunidade de perceber que o discurso de certos membros desse partido pareciam-lhe racistas e, então, mudou no mesmo ano para o Partido Democrata. Desde então, sua vida política é um tanto quanto liberal, apesar de mais conservadora que os outros membros do Democrata.

• Bernie Sanders

Sanders apesar de não ser o mais temerário, é com certeza o mais valente candidato dos Democratas. Em uma nação com pouquíssimas chances de acolher ideias mais à esquerda, ele se auto-declara socialista. Seu foco é a Wall Street: a ideia do candidato é converter o dinheiro dos bancos em benefícios para a população. Uma de suas principais críticas a Trump é sobre o salário mínimo: enquanto Trump diz que o salário americano está alto, Sanders faz questão de dizer o oposto, e mostrar dados sobre a pobreza que existe em certas regiões dos Estados Unidos, o que faz dele, sem dúvidas, um candidato promissor para os trabalhadores estadunidenses.

Sobre a Wall Street, banqueiros e sua política, Bernie trabalha com o bordão "Eles irão gostar de mim? Não. Eles irão começar a andar na linha se eu for presidente? É melhor você acreditar que sim" [Will they like me? No. Will they begin to play by the rules if I'm president? You better believe it] em sua campanha.

Segundo a Carta Capital, até o terceiro mês no páreo Bernie havia conseguido 15 milhões de dólares para financiar sua campanha, dinheiro esse advindo de 400 mil indivíduos que acreditaram em seu sucesso e apostaram na melhoria do padrão de política americano. No entanto, apesar de parecer muito, com o apoio de todos estes ele conquistou 1/3 do dinheiro que Hillary conquistou com o apoio de alguns poucos peixes grandes. Resta esperar para saber quem passará das primárias pelos democratas.

• Além de Hillary Clinton e Bernie Sanders, o ex-governador de Maryland Martin O'Malley também disputa o direito de participar da corrida presidencial pelo Partido Democrata, mas aparecia com menos de 1% do apoio dos eleitores em pesquisa realizada no primeiro semestre de 2015, segundo o jornal El País.

* Sanders e Hillary apareciam, na mesma pesquisa, respectivamente com: 8,8% e 63,3% do apoio dos eleitores.


O elefante, símbolo do Partido Republicano.
O Partido Republicano, por sua vez, tem Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln marcados em sua história. Esse partido tem sua linha de pensamento político voltada ao conservadorismo e neoliberalismo, isto é, à direita. Os membros desse partido usam de discursos (e atos) que versam sobre investir mais no exército, fortalecer o exército para, dessa forma, dominar/intimidar os demais países ou garantir sua soberania de forma direta e clara no cenário da política mundial; a diplomacia por vezes pode se tornar mero objeto teatral nesse caso.

 Donald Trump

O atualmente principal candidato do Partido Republicano costuma colocar em seus discursos uma forte presença do nacionalismo, afirmando a necessidade de reforçar o exército estadunidense para que o país seja temido novamente. O lema, aliás, gritado por seus eleitores é "faça a América grande novamente" [make America great again]. Em um de seus discursos recentes, expulsou (com a ajuda da vaia de seus eleitores) uma cidadã muçulmana; esta teria se manifestado ao ouvi-lo dizendo sobre reforçar os investimentos no exército. Segue abaixo uma lista com apenas algumas das mais (bizarras) curiosas ideias do candidato:

* Construir um muro entre os Estados Unidos e o México usando o dinheiro do México;
* Reforçar o exército americano para impor pressão sobre os outros países;
* Diminuir o salário mínimo americano;
* Trazer de volta as empresas americanas que migraram para a China em busca de lucro fácil.

Para trazer as empresas chinesas de volta é simples: basta voltar na proposta anterior pra descobrir a resposta. É claro. Paga-se (quase nada) pouco na China, e é por isso que as empresas vão para lá; logo, se os EUA pagarem pouco aos trabalhadores comuns que já recebem pouco e incentivarem as empresas oferecendo-lhes benefícios, elas voltam.

Vale lembrar que em questões administrativas Trump também pode mostrar um lado curioso: já conseguiu falir 4 de suas empresas.
(2) vale lembrar ainda que o candidato já usou filmagens falsas para falar sobre suposta chegada em massa de imigrantes do México aos EUA em sua campanha. O portal de notícias do Terra lançou matéria sobre isso.


• Jeb Bush

O irmão do ex-presidente George W. Bush já governou a Flórida, e sua participação na pré-candidatura republicana é de certa forma significativa. Trump não está ameaçado de forma alguma por isso, mas sua ligação familiar esclarece os motivos pelos quais ele concorre à presidência apesar de sua pequena vida política.

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Fique ligado! A próxima matéria desse conjunto deve tratar sobre as relações entre os possíveis próximos presidentes dos EUA e a nação brasileira.

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